segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Compartindo Experiências
ARTISTAS BAIANOS NA GIRA!
| COMPARTINDO EXPERIÊNCIAS | GIRO SULAMERICA 2012 |
A CIA OBCENA DE ARTES,
formada pelos artistas, Inaê Moreira e Thiago Enoque, se criou no ano de 2009,
através do projeto de criação em dança Autólise,
premiado pelo edital Yanka Rudzka/FUNCEB/2009.
A companhia surgiu com o
interesse de desenvolver procedimentos de ensino-aprendizado, treinamento e
criação cênica. Compreendendo a arte como caminho de formação educacional, que
envolve política e espiritualidade, fundamentada em princípios e valores
sociais.
Com três anos de formação,
age pelo viés do seu fazer artístico, ocupando diversos espaços de atuação –
rua, teatro, galeria, ônibus, semáforo, etc – a fim de disseminar, difundir e
propagar a sua política, ética e estética, e manter sua auto-sustentabilidade.
Licenciados em Dança pela
Universidade Federal da Bahia, os atores dessa companhia são incansáveis na
conquista de novos espaços de atuação artística, e por isso suas criações
abrangem diversas linguagens, entre elas circo, dança, teatro e performance, a
fim de apontar um fazer híbrido e singular.
Porém, as várias
linguagens de pesquisa e atuação desta companhia revelam um só caminho, em
essência e filosofia: ser Palhaço. Nesse universo os artistas da CIA OBCENA DE
ARTES encontraram no circo a possibilidade de unir as diversas vertentes
criativas com as quais trabalhavam, investindo na comicidade em suas criações.
No ano de 2010 o grupo
cria, junto com a Cia Pé na Terra (BA), o MAR de Palhaços – Movimento Abre Rodas
–, um espaço de convivência que movimenta e traz grande contribuição para a
efervescência cultural circense da cidade de Salvador. Através de uma rede,
reúne diversos grupos independentes com o intuito de ocupar praças e parques
com espetáculos de circo à chapéu, criando espaços de emancipação e
democratização da arte.
Como verdadeiros
agitadores, os artistas da CIA OBCENA DE ARTES se associaram a diversas redes e
criaram movimentos autônomos e independentes. Estiveram em cartaz com
espetáculos na rua e no teatro, participaram de encontros e festivais, além de realizarem
dois projetos de circulação no Brasil.
Com tal postura, a
companhia busca a emancipação do sistema capitalista e a socialização das
ferramentas de acesso e produção artística. Trás na sua emergência a atitude de
transgredir os moldes e padrões hegemônicos presentes em nossa sociedade. Por
isso, vem desde 2009 criando e recriando espaços de articulação que incentivam
e promovem a arte de rua, como maneira de ampliar os limites da criação na
contramão de uma elite cultural.
O PROJETO
Acreditando na palavra e
no exemplo de seus mestres, os artistas Thiago Enoque e Inaê Moreira se lançam
a serem “Busca Vidas”. Com ousadia desenham o roteiro de uma viagem por Brasil,
Paraguai, Argentina e Chile. A idéia principal: seguir como aprendizes, e como
palhaços viver intensamente a arte de rua, estabelecendo intercâmbios com
outros artistas hermanos sulamericanos.
Desse modo, através do
projeto GIRO SULAMERICA a CIA OBCENA DE ARTES planejou a circulação do
espetáculo de rua “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona” e das cenas “O Banquete”
e “Boca Cheia”, além da realização da oficina “As Armas do Palhaço”, por
Convenções, Encontros e Festivais de Circo, além de outras realizações
paralelas.
O projeto teve o apoio da
rede Fora do Eixo, e de outras redes autônomas, que tornaram possível
estabelecer parcerias com grupos e artistas independentes de diversos lugares.
Através desse contacto prévio com artistas e grupos das cidades por onde o
projeto ia passar, foi garantido apoio através de hospedagem solidária, espaço
para a realização de oficina, participação em varietés e divulgação dos
espetáculos.
Dando largada a primeira
etapa, os artistas saíram de Salvador (Bahia) e passaram pelas cidades de,
Goiânia (GO), Brasília (DF) e Campo Grande (MS), seguindo para a Convenção de
Circo do Paraguai na cidade de Minga Guazú (Ciudad del este).
Em Goiânia (Goiás), a
companhia participou do IV Encontro Goiano de Malabares e Circo, apresentando a
cena “O Banquete” na Noite de Gala, e realizando a oficina “As Armas do
Palhaço”. Em seguida, na capital federal, os artistas apresentaram o Palco
Aberto do “Encontro Brasiliense de Malabares e Circo”.
Ainda no Brasil, na cidade
de Campo Grande (MS), a companhia foi convidada para participar do 1º
Piralhaços – Festival de Palhaços de Piraputanga (MS), onde apresentaram o
espetáculo “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona” e ministraram a oficina “As
Armas do Palhaço”. Por aí também realizaram, junto com o colectivo de artes
visuais Colisão, o evento “Poéticas Contemporâneas” que levou diversos artistas
para o centro da cidade com performances de protesto.
Depois da parada de um dia
na cidade de Foz do Iguaçu, onde os artistas conheceram as Cataratas
brasileiras,
deixam o Brasil e chegam a
província de Minga Guazú, no Paraguai, para a 3ª Convencion de Circo do
Paraguai. Neste apresentam o número “Boca Llena”, também na Noite de Gala, e
oferecem treinos livres de Capoeira Angola.
Em sua segunda etapa o
projeto chega à Argentina, a primeira cidade Córdoba, onde realiza o taller “De
La tierra al aire” na Escuela de Musica e Artes “Tungue Lele”, misturando
processos de capoeira angola com a criação para tecido. Em seguida, ainda no
estado de Córdoba, a companhia participa do Encuentro de Malabares e Circo de
Villa Maria, apresentando o número “Boca Llena” e realizando o taller “Las
Armas Del Payaso”.
Seguindo para o norte
argentino, os artistas partem para a Convención de Circo de Tucúman, onde mais
uma vez apresentam o número “Boca Llena”, na Noite de Gala, e participam da
Noite de Humor com o número “El Gran Salto Mortal”, realizando também o taller
“Las Armas Del Payaso”.
Na capital Buenos Aires, a
companhia participa da Varieté Guapachoza, e na Sala Alberdi da Varieté
Escenario Abierto. Por aí também visitaram espaços culturais como Centro
Cultural Trivencci e Circo Criollo, realizando diversos contactos e parcerias. Depois
os artistas seguem para o sul, participando da Convención de Circo e Artes
Amigas de Bahia Blanca.
Em novembro a companhia
recebe o convite para realizar o evento “Haz reír a tu cuerpo” na cidade de Rio
Cuarto (Córdoba), oferecendo treinamentos livres de Capoeira Angola no espaço
“El Galpón” e a oficina “Las Armas Del Payaso”, com duração de 05 dias, e uma
mostra final. Ainda em Rio Cuarto se apresentam em uma varieté na Feira do
Livro.
Por último, a companhia
participa da 16ª Convención de Payasos da Argentina como voluntários, e como
artistas, apresentando os números “Boca Llena” e “El Gran Salto Mortal” na Maratona
de Espetáculos Callejeros. Uma das experiências mais incríveis que tiveram
enquanto aprendizes, ao lado do maestro Chacovacci.
Agora, os artistas fazem
escala na cidade de Mendonza, seguindo para Valparaíso (Chile), a fim de
conhecer o festival Invasión Callejera e realizar sua temporada de verão com o
espetáculo “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona”.
Toda essa viagem,
realizada de maneira autônoma e independente, tem sido subsidiada pelo trabalho
cotidiano e permanente dos artistas da CIA OBCENA DE ARTES nas ruas. O
semáforo, as praças, os coletivos, tornaram possível esta nossa aventura tão
certa e cheia de propósitos. De todo modo, agregando a atuação em eventos,
teatros, e ministrando oficinas, que ampliaram contactos e contribuíram
financeiramente. Contudo, é importante frisar, que todo o caminho que
percorremos, foi planejado e até hoje passa por um replanejamento contínuo e diário
diante dos contextos e possibilidades encontradas pelo caminho.
Aqui, agradecemos a alguns
que foram de fundamental importância nessa empreitada:
Antes de mais nada as
nossas famílias, por acreditarem e nos apoiarem.
Em Salvador a Família Mar
de Palhaços, aos irmãos argentinos Saulo Martinet e Julia Masiero, em Goiânia
(GO) a Bulacha e toda a equipe do Encontro Goiano de Malabares e Circo, em
Brasília (DF) a Miguel Noronha e Bernardo Ouro Preto do Encontro Brasiliense de
Malabares e Circo, em Campo Grande (MS) a Breno Moroni, Rafael Porto, Luiz
Augusto, Saulo Conde, Thiago Moraes, grupo Maracangalha, Emanueli Ribeiro, a toda
equipe da Convencion de Circo do Paraguai, a Andrea Rostan, Diego Ponzone e
Vika em Villa Carlos Paz (Córdoba), a Chummy e Mona em Villa Maria, a equipe do
Encontro de Circo de Tucúman, a Diane Portela e Vivi Gonzalez em Buenos Aires,
a Sala Alberdi e a Guapachonza, a Andréa Feiguin, em Bahia Blanca (Buenos
Aires) a Patú Palma, em Rosário (Santa Fé) a Sofia e Emi, aos manos uruguayos
Jimena, Sebastian, Marito e Augustina, a Romina, em Rio Cuarto (Córdoba) a Lian
Isso e Pachi. A toda equipe da Convención Nacional de Payasos da Argentina,
especialmente ao mestre Chacovacci, e a nossa hermana e parceira de muitos
encontros Vanda AnarcoZen, aos hermanos da Tropa Trupe – Renata Marques e
Piruá, ao mano Rafael Trevo, à ACANNE e especificamente aos ensinamentos do
nossos mestre de capoeira Renne Bittencourt.
Por fim um agradecimento
aos mestres que nos deram todo exemplo e força para que estejamos aqui:
Alê Casali, Demian Reis,
Teatro de Anônimos (Nosso livro de cabeceira), Pepe Nuñes, Tomate e novamente a
Chacovacci.
A todos os outros que
sabem que estão presentes em nossos corações.
Axé!
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