quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Compartindo Experiências


ARTISTAS BAIANOS NA GIRA!


| COMPARTINDO EXPERIÊNCIAS | GIRO SULAMERICA 2012 |


A CIA OBCENA DE ARTES, formada pelos artistas, Inaê Moreira e Thiago Enoque, se criou no ano de 2009, através do projeto de criação em dança Autólise, premiado pelo edital Yanka Rudzka/FUNCEB/2009.

A companhia surgiu com o interesse de desenvolver procedimentos de ensino-aprendizado, treinamento e criação cênica. Compreendendo a arte como caminho de formação educacional, que envolve política e espiritualidade, fundamentada em princípios e valores sociais.

Com três anos de formação, age pelo viés do seu fazer artístico, ocupando diversos espaços de atuação – rua, teatro, galeria, ônibus, semáforo, etc – a fim de disseminar, difundir e propagar a sua política, ética e estética, e manter sua auto-sustentabilidade.

Licenciados em Dança pela Universidade Federal da Bahia, os atores dessa companhia são incansáveis na conquista de novos espaços de atuação artística, e por isso suas criações abrangem diversas linguagens, entre elas circo, dança, teatro e performance, a fim de apontar um fazer híbrido e singular.

Porém, as várias linguagens de pesquisa e atuação desta companhia revelam um só caminho, em essência e filosofia: ser Palhaço. Nesse universo os artistas da CIA OBCENA DE ARTES encontraram no circo a possibilidade de unir as diversas vertentes criativas com as quais trabalhavam, investindo na comicidade em suas criações.

No ano de 2010 o grupo cria, junto com a Cia Pé na Terra (BA), o MAR de Palhaços – Movimento Abre Rodas –, um espaço de convivência que movimenta e traz grande contribuição para a efervescência cultural circense da cidade de Salvador. Através de uma rede, reúne diversos grupos independentes com o intuito de ocupar praças e parques com espetáculos de circo à chapéu, criando espaços de emancipação e democratização da arte.

Como verdadeiros agitadores, os artistas da CIA OBCENA DE ARTES se associaram a diversas redes e criaram movimentos autônomos e independentes. Estiveram em cartaz com espetáculos na rua e no teatro, participaram de encontros e festivais, além de realizarem dois projetos de circulação no Brasil.

Com tal postura, a companhia busca a emancipação do sistema capitalista e a socialização das ferramentas de acesso e produção artística. Trás na sua emergência a atitude de transgredir os moldes e padrões hegemônicos presentes em nossa sociedade. Por isso, vem desde 2009 criando e recriando espaços de articulação que incentivam e promovem a arte de rua, como maneira de ampliar os limites da criação na contramão de uma elite cultural.
O PROJETO

Acreditando na palavra e no exemplo de seus mestres, os artistas Thiago Enoque e Inaê Moreira se lançam a serem “Busca Vidas”. Com ousadia desenham o roteiro de uma viagem por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A idéia principal: seguir como aprendizes, e como palhaços viver intensamente a arte de rua, estabelecendo intercâmbios com outros artistas hermanos sulamericanos.

Desse modo, através do projeto GIRO SULAMERICA a CIA OBCENA DE ARTES planejou a circulação do espetáculo de rua “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona” e das cenas “O Banquete” e “Boca Cheia”, além da realização da oficina “As Armas do Palhaço”, por Convenções, Encontros e Festivais de Circo, além de outras realizações paralelas.

O projeto teve o apoio da rede Fora do Eixo, e de outras redes autônomas, que tornaram possível estabelecer parcerias com grupos e artistas independentes de diversos lugares. Através desse contacto prévio com artistas e grupos das cidades por onde o projeto ia passar, foi garantido apoio através de hospedagem solidária, espaço para a realização de oficina, participação em varietés e divulgação dos espetáculos.

Dando largada a primeira etapa, os artistas saíram de Salvador (Bahia) e passaram pelas cidades de, Goiânia (GO), Brasília (DF) e Campo Grande (MS), seguindo para a Convenção de Circo do Paraguai na cidade de Minga Guazú (Ciudad del este).

Em Goiânia (Goiás), a companhia participou do IV Encontro Goiano de Malabares e Circo, apresentando a cena “O Banquete” na Noite de Gala, e realizando a oficina “As Armas do Palhaço”. Em seguida, na capital federal, os artistas apresentaram o Palco Aberto do “Encontro Brasiliense de Malabares e Circo”.

Ainda no Brasil, na cidade de Campo Grande (MS), a companhia foi convidada para participar do 1º Piralhaços – Festival de Palhaços de Piraputanga (MS), onde apresentaram o espetáculo “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona” e ministraram a oficina “As Armas do Palhaço”. Por aí também realizaram, junto com o colectivo de artes visuais Colisão, o evento “Poéticas Contemporâneas” que levou diversos artistas para o centro da cidade com performances de protesto.

Depois da parada de um dia na cidade de Foz do Iguaçu, onde os artistas conheceram as Cataratas brasileiras,
deixam o Brasil e chegam a província de Minga Guazú, no Paraguai, para a 3ª Convencion de Circo do Paraguai. Neste apresentam o número “Boca Llena”, também na Noite de Gala, e oferecem treinos livres de Capoeira Angola.

Em sua segunda etapa o projeto chega à Argentina, a primeira cidade Córdoba, onde realiza o taller “De La tierra al aire” na Escuela de Musica e Artes “Tungue Lele”, misturando processos de capoeira angola com a criação para tecido. Em seguida, ainda no estado de Córdoba, a companhia participa do Encuentro de Malabares e Circo de Villa Maria, apresentando o número “Boca Llena” e realizando o taller “Las Armas Del Payaso”.

Seguindo para o norte argentino, os artistas partem para a Convención de Circo de Tucúman, onde mais uma vez apresentam o número “Boca Llena”, na Noite de Gala, e participam da Noite de Humor com o número “El Gran Salto Mortal”, realizando também o taller “Las Armas Del Payaso”.

Na capital Buenos Aires, a companhia participa da Varieté Guapachoza, e na Sala Alberdi da Varieté Escenario Abierto. Por aí também visitaram espaços culturais como Centro Cultural Trivencci e Circo Criollo, realizando diversos contactos e parcerias. Depois os artistas seguem para o sul, participando da Convención de Circo e Artes Amigas de Bahia Blanca.

Em novembro a companhia recebe o convite para realizar o evento “Haz reír a tu cuerpo” na cidade de Rio Cuarto (Córdoba), oferecendo treinamentos livres de Capoeira Angola no espaço “El Galpón” e a oficina “Las Armas Del Payaso”, com duração de 05 dias, e uma mostra final. Ainda em Rio Cuarto se apresentam em uma varieté na Feira do Livro.

Por último, a companhia participa da 16ª Convención de Payasos da Argentina como voluntários, e como artistas, apresentando os números “Boca Llena” e “El Gran Salto Mortal” na Maratona de Espetáculos Callejeros. Uma das experiências mais incríveis que tiveram enquanto aprendizes, ao lado do maestro Chacovacci.

Agora, os artistas fazem escala na cidade de Mendonza, seguindo para Valparaíso (Chile), a fim de conhecer o festival Invasión Callejera e realizar sua temporada de verão com o espetáculo “Circo Sem Pano, Palhaços Sem Lona”.

Toda essa viagem, realizada de maneira autônoma e independente, tem sido subsidiada pelo trabalho cotidiano e permanente dos artistas da CIA OBCENA DE ARTES nas ruas. O semáforo, as praças, os coletivos, tornaram possível esta nossa aventura tão certa e cheia de propósitos. De todo modo, agregando a atuação em eventos, teatros, e ministrando oficinas, que ampliaram contactos e contribuíram financeiramente. Contudo, é importante frisar, que todo o caminho que percorremos, foi planejado e até hoje passa por um replanejamento contínuo e diário diante dos contextos e possibilidades encontradas pelo caminho.

Aqui, agradecemos a alguns que foram de fundamental importância nessa empreitada:
Antes de mais nada as nossas famílias, por acreditarem e nos apoiarem.

Em Salvador a Família Mar de Palhaços, aos irmãos argentinos Saulo Martinet e Julia Masiero, em Goiânia (GO) a Bulacha e toda a equipe do Encontro Goiano de Malabares e Circo, em Brasília (DF) a Miguel Noronha e Bernardo Ouro Preto do Encontro Brasiliense de Malabares e Circo, em Campo Grande (MS) a Breno Moroni, Rafael Porto, Luiz Augusto, Saulo Conde, Thiago Moraes, grupo Maracangalha, Emanueli Ribeiro, a toda equipe da Convencion de Circo do Paraguai, a Andrea Rostan, Diego Ponzone e Vika em Villa Carlos Paz (Córdoba), a Chummy e Mona em Villa Maria, a equipe do Encontro de Circo de Tucúman, a Diane Portela e Vivi Gonzalez em Buenos Aires, a Sala Alberdi e a Guapachonza, a Andréa Feiguin, em Bahia Blanca (Buenos Aires) a Patú Palma, em Rosário (Santa Fé) a Sofia e Emi, aos manos uruguayos Jimena, Sebastian, Marito e Augustina, a Romina, em Rio Cuarto (Córdoba) a Lian Isso e Pachi. A toda equipe da Convención Nacional de Payasos da Argentina, especialmente ao mestre Chacovacci, e a nossa hermana e parceira de muitos encontros Vanda AnarcoZen, aos hermanos da Tropa Trupe – Renata Marques e Piruá, ao mano Rafael Trevo, à ACANNE e especificamente aos ensinamentos do nossos mestre de capoeira Renne Bittencourt.

Por fim um agradecimento aos mestres que nos deram todo exemplo e força para que estejamos aqui:
Alê Casali, Demian Reis, Teatro de Anônimos (Nosso livro de cabeceira), Pepe Nuñes, Tomate e novamente a Chacovacci.

A todos os outros que sabem que estão presentes em nossos corações.

Axé!

domingo, 2 de dezembro de 2012

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