quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Live Action, impulso criativo..


A divindade trickster quebra as regras dos deuses ou da natureza, às vezes mal-intencionada (por exemplo, Loki), mas, normalmente, ainda que involuntariamente, em última análise, com efeitos positivos. Frequentemente, a quebra das regras toma a forma de um "truque" (daí o termo, "trickster", que significa "pregador de peças"). O Trickster pode ser astuto ou tolo, ou ambos. Frequentemente são engraçados e cômicos, mesmo quando considerados sagrados. Um exemplo é o Heyoka sagrado, cujo papel e lançar truques e jogos e, por isso, aumenta a consciência e atua como um equilibrador.
Freqüentemente a figura do Trickster pode mudar de gênero e de forma, alterando seu papel sexual. Nas mitologias dos Povos Nativos Americanos, ou Primeiras Nações, chega mesmo a engravidar, onde se diz ter uma dupla natureza espiritual. Para Jung, tal simbolismo se refere à hamonização psiquica de Animus e Anima (imagens internas da Psique para Masculino e Feminino), dinâmica importante no processo de individuação. Loki, o trickster nórdico, também troca de sexo. Curiosamente, ele compartilha a capacidade de alterar os sexos com Odin, o deus nórdico que preside ao panteão, que também possui muitas características Tricksters (Malandro).
Em algumas culturas, podemos encontrar os mitos da dualidade, como dois demiurgos que criam o mundo, ou dois heróis civilizadores - de modo complementar. Cosmologias dualistas estão presentes em todos os continentes habitados e mostram uma grande diversidade: podem apresentar dois heróis culturais, mas também demiurgos (exemplificando um mito da criação dualista, neste último caso), ou outros seres, os dois heróis podem competir ou colaborar, podendo ser concebidos como neutros ou contrapostos como "bem contra o mal", seja da mesma importância ou distinguidos "como poderoso versus fraco"; podem ser irmãos (mesmo gêmeos) ou não. Entre os Romanos, o exemplo é o mito de Cástor e Pólux. Entre os Nagõ-Iorubá, Exu é uma figura tipicamente Trikster. Sua mitolgia está na raiz da figura do Malandro carioca, com sua navalha lenço de seda e seu terno branco. Exu é frequentemente considerado andrógino. A dualidade também se apresenta como uma espécie e "ambiguidade" que lhe é característica. Em uma narrativa, no qual é figurado como uma criança travessa, Exu veste um chapéu metade azul e metade vermelho. Ao passar entre dois agriculores, um pergunta ao outro "você viu aquele menino de chapéu vermelho", ao que o outro responde "não, eu vi um menino de chapéu azul" - e ambos começam a brigar enquanto Exu se diverte. Exu é o orixá mensageiro, ligando homens e deuses. É o transportador do axé (energia) e mobilizador de tudo que existe. Enquanto movimento, é a própria vida e a dinâmica do mundo, sobretudo relacionado ao imprevisto e ao acidente (daí a ginga, o improviso e o drible, característicos das expressões afro-brasileiras.

B.M no seu banheiro

FOTO: Mab Cardoso

A performance “B.M.”acontece em banheiros e num corpo que organiza o seu discurso como ato subversivo do publico e do intimo nestes ambientes, refletindo sobre masturbação, relações sexuais e escritas nas paredes e portas de banheiros públicos como realizações de pensamentos/desejos íntimos dos sujeitos envolvidos numa sociedade predominantemente heteronormativa. Na performance, propõe-se estabelecer relações entre dois ambientes: reais/virtuais , públicos/privados, permitindo diferentes níveis da sua observação-participação.

Nesta configuração, as pessoas abrem as portas das suas casas para ensaios-performances de B.M., onde participarão da performance junto a mim e os convidados da casa. A conexão com um lugar de ordem publica pode se dar através de uma transmissão via webcam, ou com a projeção do vídeo em TV(na sala) ou parede externa.
Sobre requerimentos técnicos, são poucos e negociáveis em duas versões, uma com transmissão via internet(se for o caso de ter internet em casa) e outra com transmissão numa TV ou com projetor de video.
Se você estiver interessado em receber a performance B.M.

Considere que:
- A performance dura aproximadamente 40 min.
- A performance apresenta nu
- Alguns dos convidados entrarão no seu banheiro (não todos, logo, o numero máximo de convidados é estabelecido em negociação)
- Provavelmente eu esteja acompanhado de mais alguém(s) que colabora(m) comigo. (avisarei com antecipação)
- Chegarei uma hora antes(mínimo) para poder realizar as instalações e observações necessárias.
- Por enquanto só cobro o transporte: 4,60 R$. (Negociavel)
- Provavelmente suje as paredes do seu banheiro com pouco de batom (fica um cheirinho bom,rsrs)
- Gostaria que você realizasse algum tipo de registro falando sobre a experiência como anfitrião.
- Realizarei uma mini conversa pós-apresentação para discussões sobre o trabalho.
é isso!

Convites, Agendamentos e negociações:
(71) 8773 2755 ou thulios@gmail.com
AGENDE!
ou então, acompanhe pelo Link da transmissão online:

Agradecido,
Thulio Guzman



Dia 12 de Novembro, ás 16h



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Autólise é uma obra de arte aberta

Após a estréia na sexta-feira passada, 22, Autólise segue em cartaz até 7 de novembro as sextas, sábados e domingos, sempre às 20h. 

Autólise é antes de tudo e, sobretudo, uma galeria de arte aberta ao público e em constante processo de criação. Na estréia o público pôde conferir as performances do artista Thiago Enoque e a relação com os espaços tomados por instalações artísticas vivas. Sons, imagens, texturas e movimentos criam o ambiente de Autólise que provoca o expectador a pensar onde começa e onde termina a arte, ou mesmo se algo não é arte. 

O dançarino Thiago Enoque começa sua performance de maneira inusitada, entrando e saindo de um estado de transe que deixa o público perplexo. As performances acontecem em diferentes cantos da casa e envolvem o público de diferentes maneiras, desde o diálogo a participação direta e indireta. O diálogo franco é um elemento forte na apresentação, na qual o artista está em cena ao mesmo tempo em que parece não estar. "Algo que sempre me instigou muito na performance é o nível de ousadia que ela nos permite", afirma Enoque durante a apresentação.

O corpo é colocado como expressão singular do indivíduo. Diferentes perspectivas são colocadas: o corpo como objeto de desejo e o mesmo corpo como coisa viva e desprezível. O espetáculo é um crescente de movimentos e energia e termina em seu ápice, no momento de maior participação do público e total entrega do artista. 

Sarah Corral

domingo, 24 de outubro de 2010

CORPO QUIASMA


FOTO: JOÃO MATOS




O espectador constrói a imagem, a imagem constrói o espectador”.
(Jacques Aumont)


O que nos trazem as imagens?
Como são olhadas?



Quanto mais vemos e referenciamos imagens “virtuais”, menos vivemos a realidade “concreta”, e quanto menos vivemos, mais necessitamos de visibilidade. E quanto mais visibilidade, tanto mais invisibilidade e tanto menos capacidade de olhar.
Assim, o primeiro sacrifício desse círculo vicioso termina por ser o próprio corpo, em sua complexidade multifacetada, tátil, olfativa, auditiva, performática e proprioceptiva.
Construindo intrigantes imagens, a partir e através do corpo, questiono o lugar onde  devorar o outro será apropriar-se de toda constituição imagética do mesmo.      



Dia 12 de Novembro no Teatro Gamboa Nova, ás 16h.
R$5 meia



Concepção e Direção: Inaê Moreira
Produção: Cia Obcena

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Autólise estreia amanhã!

FOTO: ANDRES MURILLO

Estréia nesta sexta, 22 de outubro, às 20h, o espetáculo de dança contemporânea Autólise. Vencedor do edital Yanka Rudza, o solo do ator e dançarino Thiago Enoque encara a dança como ação política e faz uma crítica ao consumismo desenfreado. O espetáculo segue em cartaz até o dia 07 de novembro, sempre às 20h, no Espaço Kryacura.

A performance acontecerá em um casarão no centro da cidade, com instalações nos diversos cantos da casa representando ambientes celulares. Para compor esses ambientes serão utilizados sons, imagens e objetos que devem configurar um grande ambiente celular, ou mesmo uma galeria de arte. O performer Thiago Enoque desenvolverá ações, “células-performances”, distribuídas pelo espaço interagindo com o público.

Autólise, segundo a biologia, é o efeito de destruição da célula por suas próprias enzimas, o que gera um processo de auto-ingestão, auto-consumo. O espetáculo busca através da dança contemporânea e de instalações artísticas levar o público a ver nas macro-estruturas sociais o mesmo processo de destruição que ocorre nas micro-estruturas celulares.  


Serviço:
O que: AUTÓLISE - Espetáculo de Dança Contemporânea
Onde: Espaço KriyaCura_ Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro
Quando: 22, 23,24, 29,30 e 31/10, às 20h.
Quanto: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Realização: CiaObcena

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Movimento Abre Rodas


Dique do Tororó Domingo na tarde 17 de outubro de 2010.

Missa e praia céu de anil hoje é
Domingo, as boas energias que emanam as águas do dique do Tororó inspiraram paz, harmonia e palhaçadas. Casais, crianças, velhos, cachorros, vendedores, moradores de ruas e quatro palhaç@s até então ansiosos em sua parca vivencia do que a rua realmente clama e o que clamam da arte em si.
Quatro energias em uma caótica órbita.
Uma única função: se misturarem a todos elementos daquele espaço provocando o riso pelo encantamento, a alegria pelo desprendimento, e o amor pela vida. Ao som magnético do tambor, os olhares se conectaram e finalmente aquela entrada de ar,
alívio,
com muita coragem a roda foi formada, e o mais difícil, mantida. Uma vitória para aqueles que saem do comodismo e partem rumo a prática, levando na cara, mastigando, engolindo, e regurgitando. Segundo a segundo a argila se molda, e observamos o que funciona, o que não passa de teoria, e o que muda dentro de cada um de nós.
Aos tropeços, arremessos, adereços, e endereços, a missão foi concluída como dois olhos que se abrem para a luz rosada do final de tarde, com vontade de ver outra vez o sol nascer e se por, numa seqüencia sem fim, ver o jogo cíclico da vida se estender no sorriso e carinho das pessoas que tiveram a partir daquele momento a liberdade de sorrir contra um sistema opressor de alienação televisiva em fim de domingo. Esses quatro trapalhaços experimentaram o mais fino mel da abelha abelhinha, e a delicia de sua ferroada no nariz, o gosto da liberdade que um sorriso proporciona por você ser você mesmo.

Coxinha;Farrapo; Zóinha e Fidalguino.



Texto e Fotos: Danila Maia ( CoXinha)

sábado, 9 de outubro de 2010

Banquete 1 - Terrorismo Poético

Espetáculo sólo de palhaço realizado no Teatro Gamboa Nova com temporada nos sábados de Setembro de 2010.



                                                     Fotos: Gláucia Rebouças

Autólise

Primeiro projeto de dança contemporânea:

Contemplado pelo Edital de Montagem Yanka Rudzka/2009


Somos capazes de nos deixar destruir pela má utilização do poder? 
Pela exacerbação do desejo?

Corpos-vitrine mascados e engolidos
como chicletes contraindo-se de tanto se auto-consumir.

Um auto-retrato qualquer do auto-descontrole-destruidor-de-si-mesmo.

Já não é visto.
Já não há importância.

Uma sombra que se arrasta.
O chão que engole.
A gravidade que impera.

O que é desejado passa a ser a vitrine do que não se quer,
do que não é visto.

O resto. O podre. O fétido.

Falecido ser coisa viva.


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