sábado, 18 de dezembro de 2010

[tópicos monográficos]

Thiago Enoque Sabiá

O que tenho aprendido durante o período de estudos acadêmicos orientado torna-se mais claro agora, num momento de ordem prática, no qual para realizar esta prática necessito rememorar o aprendizado.
Não se trata apenas de fazer presente a memória de uma época, mas é ver em escalas de aproximação, de ordens de camadas, de dobras e desdobramentos o que aprendi com tal experiência.
Para o caso da Cia ObCena de Artes (aqui Autólise é o projeto em questão), tomando o “aprendizado orientado”1 como referência, compreendo que este requer primeiramente um exemplo de partida, no caso da academia, o projeto de pesquisa do orientador. Deste projeto faz-se a leitura – entre aqueles interessados em ingressar num tipo de troca como esta -, depois se segue com cada aprendiz/aluno interessado, na elaboração dos seus projetos (planos de trabalho),
*Estratégia/modo de iniciar um grupo de pesquisa, de trabalho de criação artística, uma
companhia de arte.
Para um projeto de orientação de um grupo de pesquisa configurado enquanto companhia de artes, a prática do “aprendizado orientado” também mostra-se adequado.
Percebo neste modo de organização uma horizontalização das hierarquias. Para esclarecer: adentra-se num projeto de pesquisa por livre escolha; desenvolve-se a partir de um PB (Projeto Base) um PT (Plano de Trabalho) no qual se atua dialogando com as referencias contidas/trazidas no PB e as singulares do proponente do PT.
Como se trata de um lugar de exercício de comunicação refere-se a instâncias de um projeto base ainda não esmiuçadas, experimentadas, experienciadas, desgastadas. No desenvolvimento de uma dessas instâncias, aquela que parte de uma escolha singular, é que acredito verdadeiramente ser possível a ocorrência da horizontalização das hierarquias.
É exatamente onde as hierarquias se horizontalizam, no momento da exposição e averiguação do aprendizado.
Contudo, ainda no que se refere ao início da organização deste grupo de estudo/pesquisa, deste “aprendizado orientado”, é que: pautar-se num projeto base para a construção e desenvolvimento do seu próprio não se trata de uma submissão, mas sim, de um companheirismo a um projeto eleito, acreditando-se que este está certo.
Não se trata de um modo impositivo e (re)produtivo, como é praticado nos moldes de ensino da educação formal5, mas de atuar na condição de deixar as conexões se estabelecerem, as curiosidades surgirem, as demandas de resolução aparecerem, para iniciar-se uma engrenagem do processo de aprendizado e interesse pelo conhecimento.

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